domingo, 28 de abril de 2013

Associação dos Magistrados: "PEC é uma agressão ao poder judiciário"


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A Associação dos Magistrados Piauienses se posicionou contrária à Proposta de Emenda à Constituição que submete ao Congresso as decisões do Judiciário sobre a constitucionalidade de leis, a PEC 33. De acordo com o presidente da Amapi, José Airton Medeiros, “a PEC é uma agressão ao Poder Judiciário e possui inconstitucionalidade flagrante e inquestionável”.
 
Aprovada na semana passada pela Comissão de Justiça e Cidadania da Câmara a partir de uma proposta do deputado Nazareno Fontelles (PT-PI), a PEC, se convertida em Emenda Constitucional, retirará virtualmente do STF o poder de dar a última palavra sobre a Constituição, submetendo decisões que apontem a inconstitucionalidade de leis inclusive ao crivo popular em caso de o Legislativo resolver divergir da Corte.

 
“Os magistrados piauienses veem a PEC 33 com a preocupação de quem tem o dever de zelar pela independência e harmonia entre os três Poderes de República. Somos, portanto, clara e radicalmente contra a citada emenda à Constituição Federal”, diz José Airton Medeiros.
 
Ainda de acordo com o presidente da Amapi, a proposta fere cláusulas pétreas da Constituição Federal, como a separação e a independência entre os poderes. “Até o presente momento não tenho conhecimento de nenhum jurista, doutrinador, ou qualquer conhecedor do Direito que mereça credibilidade que tenha se manifestado favorável à compatibilidade da emenda com a Constituição Federal, seja ele de integrante ou não do Poder Judiciário. É inconstitucional qualquer proposta que atente contra as cláusulas pétreas, sendo, uma delas, a separação dos Poderes”, defende Medeiros.
 
No último 25 de abril, entidades de classe de âmbito nacional da magistratura - Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) - lançaram nota contra a PEC 33. A nota diz que a proposta é "de natureza eminentemente política e significará um retrocesso institucional extremamente perigoso, o que não é bom para o Brasil".
 
Diante de todas as argumentações sobre a PEC 33, o presidente da Amapi, José Airton Medeiros, acredita que o próprio Poder Legislativo não aprovará proposta. “Acredito que o plenário da Câmara dos Deputados não compactuará com tamanha agressão ao Poder Judiciário do país”, finaliza.


redação@cidadeverde.com


2 comentários:

  1. Chego a "congelar"ao ver que matéria de tanta importância não provoca comentários. Mas os "trouxas"e "safados"dos políticos não se deram conta que a tal PEC 33 seria uma emenda à constituição sobre cláusula pétrea (harmonia dos poderes),o que é vedado.Qualquer ADIN poderá derrubá-la,caso aprovada. E quem julga? É o próprio STF.Babacas,mesmo !!!

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  2. Tem mais uma cretinice na defesa da PEC 33. Se divergência houver sobre constitucionalidade entre o STF e o Congresso,a matéria vai para consulta popular. Mas eles convenientemente olvidam que o Supremo não tem contato com o povo,enquanto os políticos só têm. E como vivemos numa OCLOCRACIA (democracia deturpada),esses safados usam a cabeça ignara,ingênua ou mesmo comprada ( oom um prato de comida), da massa para o lado que bem entenderem. Seria até covardia submeter ao povo que decida entre a juridicidade dos atos,conforme o STF,e a vontade desse políticos. Estes ganhariam de "goleada". A proposta do deputado "petralha" chega às raias da indecência

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