domingo, 3 de março de 2013

DIVÓRCIO E SEPARAÇÕES CONJUGAIS



O divórcio, quando ocorre, ou quando sua possibilidade se torna real na vida dos casados, é uma das mais
importantes crises da vida do adulto.
No casamento, ambos os parceiros mudam ou evoluem com os anos, geralmente em diferentes ritmos, e
não necessariamente em direções complementares, podendo surgir a necessidade de separação.
Assim, diante de um casamento não satisfatório, começam a surgir
inúmeros problemas no convívio e no relacionamento, que chamaremos
aqui de desajustes conjugais. Ocorrendo a separação, ambos os exparceiros , independente de quem tenha tomado a iniciativa, passam por
um período de sofrimento em decorrência da perda da relação, por pior
que essa estivesse no período imediatamente anterior ao divórcio.
Falaremos aqui em divórcio como sinônimo de separação de corpos e de domicílios, independente do tipo
de casamento, seja civil, religioso ou consensual (amigável).
Uma maior aceitação do divórcio
A maior facilidade legal para o divórcio e a diminuição da influência da religião com dogmas rígidos
tornaram a separação um acontecimento mais aceitável, com as pessoas separadas sofrendo menor
preconceito que no passado.
Uma mostra disso é o fato de no Brasil desde 1940 até 1990 , segundo o IBGE, o percentual de pessoas
divorciadas, na população em geral, aumentou aproximadamente 15 vezes. Outro aspecto que contribuiu
foi a busca mais acentuada pelo bem-estar individual, através da maior oferta de prazer (real ou ilusória) na
sociedade atual para aqueles que abrem mão da vida a dois.
Como se perpetuam relações desajustadas no casamento
Em um casamento, quando ocorre um desajuste conjugal, a responsabilidade pelo problema é de ambos
os cônjuges, mesmo que aparentemente a situação aponte para um único responsável.
Isso porque ocorre o que pode ser chamado de acordo inconsciente entre os dois no casamento, isto é :
um problema que aparentemente é de apenas um dos cônjuges, é, em geral, compartilhado ou até mesmo
aceito pelo outro.
Assim, uma pessoa ao se casar ou manter-se casada o faz pelas virtudes do parceiro ou da própria união.
Porém, com as virtudes, aparecem as diferenças e até mesmo os problemas.
Questões sócio-culturais também são muito importantes na
manutenção de casamentos muito desajustados, principalmente em
culturas e classes sociais em que a mulher (ou o homem) tem uma
educação rígida em relação ao casamento, não tendo uma vida pessoal
própria, independente, mesmo profissionalmente, em que o casamento
e a maternidade são vistos como meio de vida, muitas vezes por
necessidade e não como opção.
Além disso, muitos casamentos mantêm-se pela extrema dependência afetiva dos cônjuges um do outro,
que faz com que desajustes intensos no casamento sejam tolerados, de modo que a tristeza pela perda
do casamento seja intensa ou até insuportável, não permitindo uma separação mesmo que os problemas
conjugais sejam vários.
SENTIR CIÚMES
O ciúme surgiu há muito
tempo, sendo até hoje uma
emoção humana
extremamente comum.
DEPRESSÃO
É uma doença que se
caracteriza por afetar o
estado de humor da pessoa,
deixando-a com um
predomínio anormal de
tristeza. As mulheres são
duas vezes mais afetadas
que os homens.
SEXUALIDADE NORMAL E
TRANSTORNOS SEXUAIS
O comportamento sexual
humano é diversificado e
determinado por uma
combinação de vários
fatores tais como os
relacionamentos do
indivíduo com os outros,
pelas próprias
circunstâncias de vida e pela
cultura na qual ele vive.
TERAPIA SEXUAL
Algumas disfunções têm
razões simples e próximas
ao dia-a-dia, ao estresse ou
à ansiedade.
ROTINA E SEXO
A relação sexual vai
perdendo a qualidade do
início, falta surpresa,
interesse mútuo, carinho,
tesão, admiração e
criatividade.
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ShaSrehaSrehare03/03/13 DIVÓRCIOESEPARAÇÕESCONJUGAIS- ABC daSaúde
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Causas do divórcio
Da mesma forma que ocorre com o casamento, o divórcio é uma questão única para cada dupla que se
separa.
Geralmente a separação é mais comum entre casais que se uniram na adolescência ou entre membros de
diferentes níveis sócio-econômicos e culturais. Também pessoas cujos pais eram separados têm maior
tendência a resolver um problema conjugal optando pelo divórcio.
Outra experiência provocadora de tensões no casamento é a paternidade, fazendo com que o parceiro
sinta menos prazer com o outro após o nascimento de filhos.
A presença de doença nos filhos também gera uma tensão ainda maior, sendo que casamentos em que
um dos filhos morre por doença ou acidente têm uma tendência de cerca de 50% em terminarem no
divórcio.
Divórcio e relações extraconjugais
Na meia idade (40 a 60 anos) 60% dos homens e 40% das mulheres tiveram pelo menos um encontro
extraconjugal (segundo dados americanos). A maioria desses acontecimentos é mantida em segredo, mas
a sua revelação raramente se transforma em causa suficiente para a separação.
Muitas vezes, contudo, a relação extraconjugal sinaliza insatisfações prévias dentro do casamento, de um
ou de ambos os parceiros, e não necessariamente apenas insatisfações sexuais.
Motivos psicológicos para o divórcio
Inúmeras e praticamente incontáveis podem ser as razões objetivas e práticas de separações. As pessoas
que se separam podem atribuir a perda do amor, a presença de um relacionamento extraconjugal, o
esfriamento sexual, as brigas constantes, a interferência dos sogros, a falta de dedicação ao casamento, e
tantos outros que propiciam um desajuste conjugal.
Porém, da mesma forma que vimos antes em relação aos fatores inconscientes (não percebidos pela
pessoa) que são capazes de manter uniões " desajustadas ", também ocorrem fatores psicológicos
(inconscientes) da pessoa que agem na hora de optar-se por separações, além dos fatores objetivos,
práticos, que se mostram mais evidentes.
Podemos falar nos seguintes fatores psicológicos que determinam as separações:
Escolha do cônjuge:
não é raro que uma escolha insatisfatória tenha uma repercussão através do divórcio somente
após anos de casamento. O nascimento de filhos, o surgimento de rotinas, a estabilização da
vida sexual, a maior independência dos filhos crescidos, entre outros aspectos comuns do
casamento, porém geradores de ansiedade, podem levar a uma reflexão sobre a escolha do
cônjuge apenas após anos de vida a dois.
Amadurecimento do casal:
uma segunda causa psicológica para o divórcio seria o amadurecimento desigual do casal. As mudanças naturais que ocorrem em cada pessoa ao longo da vida podem gerar nos parceiros
de casamento diferenças que se tornam difíceis de conciliar.
Decadência dos aspectos saudáveis do casamento:
a diminuição do efeito saudável, ou terapêutico, do casamento é algo que muitas vezes
determina seu fim. Não é raro que uma pessoa encontre no parceiro alguém que vai poder
aliviar sua ansiedade ou angústia diante de alguns de seus problemas pessoais. É importante
lembrar que isso, em si, não é algo anormal ou um problema em si. É algo natural das uniões.
Porém pode extremar-se ou tornar-se um problema. Mas quando este lado de alívio da
ansiedade dentro do casamento é rompido, a união pode acabar.
Mudança psicológica de um dos cônjuges:
muitas vezes o que pode aproximar duas pessoas são seus lados problemáticos, ou
conflituosos. Assim, o divórcio pode estar ligado à melhora psicológica de um dos cônjuges,
sem ser acompanhado pelo outro.
Surgimento de um problema psicológico em um dos cônjuges:
uma mulher pode ver-se diante de uma forte necessidade de separar-se de um marido que,
com o passar dos anos, foi se tornando deprimido e alcoolista. Da mesma forma, um homem
pode não mais conseguir manter-se com uma mulher que, diante das inseguranças e
sentimentos depressivos do período de climatério (menopausa), começa a ter casos
extraconjugais, como forma de reafirmar sua sexualidade e feminilidade, muitas vezes
abaladas nesse período.
Ilusões sobre o divórcio:
às vezes pode também ocorrer da pessoa iludir-se a respeito da vida do divorciado (que seria mais prazerosa) e acabar optando pela separação. Portanto, não é tão raro ou estranho que
separações retrocedam.
A crise do divórcio
Divórcio é um momento de crise importante na vida da pessoa. Em geral, ocorre uma reação de luto pelo
fim da união, por pior que esta estivesse antes da separação. Falamos de luto pela tristeza decorrente da
perda do casamento, tristeza que pode iniciar antes mesmo da separação definitiva. A maioria das
pessoas relata sentimentos de depressão e angústia intensa, relacionada a dúvidas e mudança constante
no humor na época do divórcio (às vezes alegre, eufórico, às vezes triste, outras irritado). Apesar de uma
separação poder ocorrer de forma rápida, estudos mostram que o processo de recuperação psicológica da
crise do divórcio leva cerca de dois anos para ter uma resolução satisfatória, quando torna-se possível que
o ex-cônjuge seja visto de modo neutro (sem raiva ou rancor intensos ou, por outro lado, quando deixa de
ser visto como "uma paixão insubstituível e perfeita"), com cada um dos separados aceitando sua nova
identidade de pessoa solteira ou descasada.
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INIBIÇÃO DO DESEJO
SEXUAL
A criação baseada na
repressão e influências
negativas em relação à
sexualidade trouxe intenso
efeito na vida sexual
feminina. Assim, muitas
continuam oprimindo seus
desejos e vivenciando
condições fortemente
conflitivas, com grande
resultado emocional.
ENTENDENDO MELHOR O
ESTRESSE (STRESS)
Indivíduos das mais
diferentes espécies estão
sob constante ameaça,
produzida por pressões do
meio em que vivem.
REAÇÕES DEPRESSIVAS
NORMAIS E DE
AJUSTAMENTO
O limite entre o que é
doença e o que é uma
reação normal à vida,
depende de quão intenso é
o sofrimento da pessoa e de
como ela reage no seu
cotidiano aos fatores que a
estão deixando triste.
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Os filhos do divórcio
Como ficam as crianças após o divórcio é uma preocupação freqüente dos pais e daqueles que
profissionalmente se dedicam a minimizar o efeito do divórcio nos filhos dos separados.
Portanto, conseqüência para as crianças existem, e mais ou menos, de acordo com vários fatores,
incluindo a própria resolução favorável da separação para os pais, a idade das crianças e o seu grau de
desenvolvimento.
Do ponto de vista da criança, é preciso levar em conta que a separação é um projeto dos pais. Muitas
crianças conseguem ser razoavelmente felizes e sentirem-se bem cuidadas em famílias em que um ou
ambos os cônjuges sentem-se infelizes.
Poucas crianças demonstram sentirem-se aliviadas com a decisão do divórcio.
Uma repercussão imediata dos filhos ao divórcio é variável de acordo com o desenvolvimento e a idade dos
mesmos. As crianças mais novas, pré-escolares, de 3 a 5 anos, podem apresentar uma regressão depois
que um dos pais deixa o lar, podendo voltar a urinar na cama, a serem mais solicitantes, demonstrando ter
vários medos e a ter alterações no sono. Podem se tornar irritáveis e exigentes.
Crianças de 5 a 8 anos geralmente demonstram uma tristeza aberta pelo divórcio, freqüentemente se
refletindo no declínio do rendimento escolar.
Na idade de 8 a 12 anos em geral a criança reage com raiva franca de um ou de ambos os pais, por terem
causado a separação. Por vezes demonstram ansiedade, solidão e sentimentos de humilhação por sua
própria impotência diante do ocorrido. O desempenho escolar e o relacionamento com colegas podem ter
prejuízo nesta fase.
Vimos como as conseqüências do divórcio nas crianças a médio e a longo prazo é muito variável. Já os
adolescentes sofrem com o divórcio muitas vezes com depressão, raiva intensa ou com comportamentos
rebeldes e desorganizados.
Contudo, como escreveu Judith Wallerstein, uma importante estudiosa de separações conjugais, em "
Filhos do Divórcio " : "quando os pais decidem pela separação após pensar bem e considerar
cuidadosamente as alternativas, quando previram as conseqüências psicológicas, sociais e econômicas
para todos os envolvidos, quando acertaram manter um bom relacionamento entre pais e filhos, então é
provável que as crianças não venham a sofrer interferência no desenvolvimento ou desgaste psicológico
duradouro. Por outro lado, se o divórcio for realizado de modo a humilhar ou enraivecer um dos parceiros,
se o ressentimento e a infelicidade dominarem o relacionamento pós-divórcio, ou se as crianças forem mal
amparadas ou informadas, se foram usadas como aliadas, alvo de disputa ou vistas como extensões dos
adultos, se o relacionamento da criança com um ou ambos os pais for empobrecido e perturbado e se a
criança se sentir rejeitada, o desfecho mais provável para as crianças será a interferência no
desenvolvimento, a depressão ou ambos".
O divórcio na balança: os prós e os contras do divórcio.
Invariavelmente a separação em um casamento não é uma mera opção da pessoa, o que implica dizer que
se separar não é fácil, pois há sofrimento envolvido, por mais que o casamento esteja aparentemente
pouco satisfatório, ou mesmo desajustado.
A separação em geral força a pessoa, antes mesmo de separar-se, a tornar-se autônoma, a sair de uma
posição de dependência, sendo que esta posição pode ser difícil de ser conquistada, especialmente se
ambas as pessoas estão acostumadas a serem dependentes uma da outra (como normalmente acontece
no casamento, em que há dependência e uma certa mistura da vida de duas pessoas, para que ele exista
satisfatoriamente).
Mais comumente, a iniciativa da separação parte apenas de um dos cônjuges. Por vezes este poderá
enfrentar sentimentos de culpa, principalmente se o casal possuir filhos, o que intensifica a dúvida da
separação. A pessoa que toma a iniciativa poderá sentir-se causadora de sofrimento aos filhos, a si própria
e até mesmo ao cônjuge de quem está separando-se, principalmente se esse mostra-se muito fragilizado
com a possibilidade do divórcio.
De modo similar, pode ocorrer o medo e a incerteza diante do futuro da vida de descasado, com os
sentimentos de abandono, de solidão e de vazio pela perda da relação conjugal.
Por outro lado, o divórcio coloca na balança o sofrimento que pode ser causado pela permanência em um
casamento insatisfatório. A pessoa pode sentir-se sacrificada dentro de uma relação que não lhe permite
satisfação pessoal. O amadurecimento pessoal de cada um, se for desigual ou em direções muito
diferentes, pode afastar as pessoas, de modo que a permanência da união poderá causar problemas
emocionais para um ou para ambos.
Da mesma forma, uma escolha do cônjuge que não foi madura, em uma época muito inicial da vida ou
baseada em aspectos psicológicos doentios, como foi descrito anteriormente, pode fazer o casamento
tornar-se difícil de ser mantido, marcado por sentimentos de raiva do cônjuge, ou de tristeza e depressão,
existindo um sentido de obrigação para manter o casamento e não um desejo sincero e maduro de mantê-
lo e desfrutá-lo.
Além disso, muitos casamentos podem se manter por aspectos psicológicos pouco sadios, com poucos
sentimentos de amor, carinho, respeito, podendo predominar desprezo, raiva, inveja, que resultam em
uniões marcadas por competição, constantes acusações, brigas, agressões físicas, ou dependência
doentia de um ou de ambos os casados.
Divórcio e tratamentos psicológicos
Sendo o divórcio uma crise importante na vida das pessoas que o enfrentam, muitos procuram algum tipo
de tratamento psicológico em decorrência do mesmo, seja antes, durante, ou após a separação.
A maioria das pessoas, contudo, não o fazem, seja por não sentirem necessidade, seja por falta de
condições (ou não possuírem algum tratamento acessível) ou por falta de conhecimento a respeito de
auxílios psicológicos.
Além disso, muitas vezes, no senso comum, existe a idéia de que tratamentos psicológicos (psiquiátricos,
psicoterápicos ou psicanalíticos) fazem com que a pessoa que se trata termine por se separar.
Prevenção de Câncer
Informações e dicas
importantes para melhorar
os seus hábitos e viver de
forma saudável03/03/13 DIVÓRCIOESEPARAÇÕESCONJUGAIS- ABC daSaúde
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Entretanto, tratamentos psicológicos bem orientados objetivam reduzir as perturbações no relacionamento,
muitas vezes favorecendo a manutenção do casamento e o enriquecimento do vínculo afetivo do casal.
Além disso, muitas pessoas podem sentir necessidade de tratamento após a separação, justamente pela
perda que esta envolve, ou pelas modificações de vida decorrentes da mesma. Por último, no casamento
podem ressurgir problemas psicológicos de um ou de ambos os parceiros anteriores ao próprio
casamento, mas que se exacerbam durante a vivência a dois ou em família.
Colaboradoras
Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa


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