O envelhecimento da população pode elevar os gastos
públicos previdenciários do Brasil de 9,1% para 16,8% da renda nacional até
2050, segundo dados reunidos pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Em estudo
recém-elaborado, o organismo internacional examina os custos e as deficiências
dos modelos de aposentadorias e pensões na América Latina para sustentar a
defesa de reformas.
Na comparação com
seus vizinhos, o Brasil se sai bem no alcance de seu regime de Previdência
Social, uma das preocupações do trabalho. Mais de 80% dos idosos do país
recebem aposentadoria, percentual só superado por Argentina, Uruguai e Bolívia.
Em compensação, os
gastos brasileiros são os maiores da região, e a projeção para o futuro também
é a mais dramática -basta dizer que todos os gastos não financeiros do governo
federal, hoje, rondam a casa dos 19% do PIB (Produto Interno Bruto).
É evidente que
projeções para um período tão longo não podem ser tomadas ao pé da letra: elas
dependem de hipóteses para variáveis tão imprevisíveis quanto o crescimento da
economia e a política oficial de reajuste dos benefícios sociais.
MAIS QUE A SUÍÇA
Mas os números
ajudam a ilustrar excessos previdenciários nacionais. Com população, em média,
mais jovem, o Brasil tem gasto semelhante ao da Espanha e superior ao de países
como Suíça, Reino Unido e Austrália.
De acordo com o
documento, a Previdência responde por um terço do gasto social brasileiro, o
que reduz o espaço orçamentário para outras áreas. Em educação, por exemplo, os
5,9% do PIB gastos pelo país são superados por Argentina, Bolívia, Costa Rica,
Honduras e Jamaica.
Outro sintoma é a
baixa procura por planos privados de aposentadoria, que só atendem 1,7% da
população em idade de trabalho, ante 57,7% no México e 73,7% no Chile. A taxa
brasileira é a menor entre as listadas, provavelmente pela generosidade das
aposentadorias públicas nos últimos anos.
Fonte: Notícias UOL
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