A transformação da corrupção em crime
hediondo é uma das principais reivindicações populares que ganha resposta do
Congresso. Oito propostas (PL 3706/04 e apensados) sobre o tema tramitam na
Câmara e estão prontas para a votação em
Plenário. As manifestações
de rua aceleraram o consenso dos parlamentares em torno do assunto.
Dentre
essas oito propostas, o PT quer prioridade para um projeto (PL 6616/09, do
Executivo) encaminhado ainda no Governo Lula, em 2009. “Vamos requerer a
urgência constitucional para apressarmos a votação desse projeto. A Câmara
precisa acompanhar o sentido geral daquilo que foi feito no Senado, mas temos
de avançar: não é crime hediondo apenas para aqueles cometeram algum delito na
área pública, informa o líder do partido, deputado José Guimarães (CE). Tem de ser uma norma geral, que
valha para políticos, deputados, senadores, servidores públicos, membros do
Ministério Público, juízes, para todos, complementa.
O PL
6616/09 transforma a corrupção ativa ou passiva em crime hediondo. A proposta
prevê reclusão de 10
a 25 anos
para as pessoas que se envolverem nessa prática.
Proposta
do Senado
Já o
líder da Minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), até para acelerar o
processo, defende a proposta que foi aprovada ontem (26) no Senado (PLS 204/11).
Leitão
também ressaltou que a corrupção não é praticada apenas por políticos: Este é
um momento que precisa de atitudes radicais para coibir uma corrupção que está,
praticamente, em todas as esferas. A lei vai atingir todos os cidadãos:
corruptores e corruptos, que acham que podem fazer qualquer tipo de festa com o
dinheiro público.
O
texto do Senado transforma em crime hediondo vários delitos contra a
administração pública. São os casos de corrupção ativa e passiva; concussão;
peculato; e excesso de exação. As penas variam de 4
a 12 anos
de reclusão, mais multa. Além disso, os condenados por esses crimes não teriam
mais direito a anistia, graça, indulto e liberdade sob pagamento de fiança. O
acesso deles à liberdade condicional, à progressão de regimes e a outros
benefícios também é dificultada.
Autor
da proposta, o senador Pedro Taques (PDT-MT) argumenta que a corrupção está
diretamente ligada ao mau funcionamento dos serviços públicos. A corrupção mata
pessoas na porta dos hospitais; nas estradas, em razão de rodovias mal feitas.
Essa prática rouba o futuro de uma geração de brasileiros por falta de escolas
públicas de qualidade, comenta.
O
senadores ainda incluíram o homicídio simples no rol de crimes hediondos, com
pena de 6
a 20 anos
de reclusão.
Fonte:
Câmara dos Deputados Federais
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