Coletivos deveriam ser aposentados;
empresas dizem que, sem licitação, não há como financiar a compra de novos
veículos
A cidade de São Paulo tem 938 ônibus
com mais de dez anos de vida útil - o que é proibido, de acordo com o contrato
que as empresas de ônibus têm com a Prefeitura. Eles circulam, segundo as
empresas e a própria São Paulo Transporte (SPTrans), porque as viações estão
com dificuldades em oferecer garantias para financiar a compra de novos
veículos.
O levantamento com os dados de
janeiro foi obtido pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação. Mas,
nesta terça-feira, 25, aSPTrans informou que o número é menor: 752
veículos, com base em dados do último dia 15. A frota da cidade é de
14,8 mil veículos.
Os ônibus antigos, fabricados em
2003, provocam queixas. Ontem, usuários reclamavam da situação de um ônibus que
estreou nas vias paulistanas no dia de Natal de 2003. Ele faz o percurso Rio
Pequeno-Terminal Lapa, da linha 7725, na zona oeste. Diferentemente dos modelos
mais recentes, o veículo não tem piso baixo, dificultando a entrada de pessoas
com mobilidade reduzida. Além disso, os degraus para o embarque são bastante
altos. Cadeirantes não têm vez, porque nem elevador para eles existe, disse o
técnico em enfermagem Carlos Monteiro Araújo, de 54 anos.
Protestos. Os contratos da SPTrans
com empresas de ônibus venceriam no ano passado. Mas, diante dos protestos
contra o aumento da passagem em junho, a Prefeitura decidiu cancelar a
licitação para renová-los. Os contratos antigos foram prorrogados até que se
fizesse uma auditoria no sistema de transportes, tido como uma caixa-preta.
O Sindicato das Empresas de
Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP Urbanuss) alega que,
por isso, não consegue, nos bancos, financiamentos mais robustos. O banco diz
assim: ‘Você está comprando um veículo, mas quem me garante, depois, que você
vai continuar no sistema?’, disse o presidente do SP Urbanuss, Francisco
Christovam, que já presidiu a SPTrans.
O diretor financeiro da SPTrans,
Adauto Farias, afirma que os ônibus antigos também são fiscalizados e que, se é
constatada uma anormalidade, os veículos são retirados de circulação. Esses
ônibus são vistoriados a cada 60 dias - os veículos dentro da validade passam
por vistoria a cada 180. Quando é verificado que o ônibus está rodando com a
idade acima do limite, a empresa é multada, disse. A SPTrans afirma ainda que,
entre janeiro do ano passado e o dia 15, 1.207 ônibus novos entraram na frota.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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