Grupo de aposentados protesta contra
o fundo de pensão Aerus
Um grupo de ex-funcionários da Varig e da Transbrasil está acampado na sede do Aerus, o fundo de pensão das companhias aéreas, no Rio de Janeiro. Eles protestam contra a redução das aposentadorias.
Um grupo de ex-funcionários da Varig e da Transbrasil está acampado na sede do Aerus, o fundo de pensão das companhias aéreas, no Rio de Janeiro. Eles protestam contra a redução das aposentadorias.
O carinho dos colegas ameniza a tristeza de Dona Alzira, que faz aniversário nesta sexta-feira (29).
“Eu estou completando hoje 73 anos, gostaria muito que papai do céu me desse mais um ano de vida que eu não fosse passar aqui”, diz.
O grupo de ex-comissários e ex-comandantes, da Varig e da Transbrasil, está há quase 30 horas ocupando uma sala pequena do Aerus, o fundo de pensão das companhias aéreas.
Os aposentados e pensionistas protestam por terem deixado de receber a aposentadoria integral há 7 anos, quando o fundo sofreu intervenção do Governo Federal, após a falência da Varig.
“Nós pagamos por isso. Nós não estamos pedindo esmola”, aponta um dos aposentados.
E reclamam que só recebem uma porcentagem pequena do que tinham direito.
“Hoje nós estamos reduzidos a 8% do que nós ganhávamos”, afirma um outro aposentado.
O protesto começou na quinta-feira, por volta de 15h, quando os aposentados resolveram ocupar o Aerus. Foi no chão do corredor que o grupo, que tem média de idade de 75 anos, dormiu a noite passada. E todos eles já decidiram que as próximas noites também serão aqui, à espera de solução.
“O serviço especial do Governo que teria que fiscalizar o Aerus, não fiscalizou. Ninguém pagou a ninguém. Descontaram de todo mundo, descontamos a nossa vida toda. E hoje tem gente vivendo na mais absoluta miséria”, conta o aposentado Roberto Barbosa.
O órgão do governo que fiscaliza o fundo de pensão é a Superintendência Nacional de Previdência Complementar.
Em nota, a Previc declarou que respeita o direito das pessoas de explicitar seus interesses. E afirmou que a reivindicação dos aposentados extrapola a competência do órgão.
Segundo o sindicato da categoria, são quase 10 mil aposentados e pensionistas aguardando a decisão do Supremo Tribunal Federal, que ainda vai julgar duas ações. Enquanto as sentenças não saem o grupo cobra uma posição do Governo Federal.
“Nós estamos dispostos ao diálogo, sentar na mesa e encontrar a solução. O que nós não podemos é esperar mais”, declara a representante dos aposentados Graziella Baggio.
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