Para garantir a construção de um sistema adequado de proteção das torres de transmissão e distribuição de energia localizadas nos canteiros laterais e centrais da Avenida das Torres e a correção de uma série de irregularidades, o Ministério Público Estadual ingressou na última sexta-feira (28.09) com ação civil pública contra o município de Cuiabá e as Centrais Elétricas Mato-grossense S/a (Cemat). Também foram acionadas as seis construtoras responsáveis pela realização das obras.
Na ação, o MPE requer a implantação de
sinalização de trânsito em toda extensão da avenida; elaboração de estudo sobre
os impactos ambientais causados durante a realização das obras; reparação dos
danos causados ao meio ambiente; implantação de ciclovia; execução de calçada
padrão, no tamanho previsto na legislação municipal; manutenção de faixa de
área de preservação permanente, entre outras medidas. Foi requerida, também, a
condenação dos responsáveis pela obra ao pagamento de indenização no que se
refere aos danos irreversíveis.
“Na tentativa de resolver os problemas
mediante compromisso de ajustamento de conduta, porquanto a construção da
avenida das Torres seria viável desde que feitos os estudos e adequações
necessárias e cumpridas as medidas mitigadoras e compensatórias, diversas
audiências foram realizadas. Como as tentativas não evoluíram e a avenida das
Torres foi inaugurada antes mesmo que as intervenções corretivas fossem
realizadas, não restou outra alternativa se não a propositura de ação civil
pública”, afirmou o promotor de Justiça Gerson Barbosa.
Segundo ele, mesmo sendo um
empreendimento de grandes proporções, passível de causar impactos ao meio
ambiente, não foram realizados estudos de impacto ambiental ou de impacto de
vizinhança com a abrangência total da avenida. “As empresas apresentaram
estudos individualizados, com relação a cada etapa, indicando os danos causados
e medidas para repará-los, separadamente”, destacou.
Conforme o promotor de Justiça, por se
tratar de uma atividade modificadora do meio ambiente, deveria ter sido
realizado um estudo único sobre o empreendimento, a fim de manter unidade entre
as medidas de controle dos impactos negativos. “Todos os lotes da avenida das
Torres são relacionados e interdependentes entre si. Logo, os impactos causados
pela execução de cada etapa são, indubitavelmente, cumulativos e sinergéticos”,
observou.
De acordo com relatório elaborado por
peritos do Ministério Público, a avenida das Torres apresenta problemas com
relação ao sistema de dissipação de energia, situações que podem resultar em
processos erosivos, inexistência de sistema de drenagem e de proteção vegetal,
desmatamento em nascentes , entre outras irregularidades.
Na ação, o promotor de Justiça também
aponta falhas relacionadas a não observância de espaço seguro para o trânsito
de pedestres. “Ao executar as obras para a implantação da avenida das Torres, o
Município, em alguns trechos da via, desconsiderou a necessidade de manter
espaço adequado para o trânsito de pedestres. A calçada do empreendimento Alphaville,
por exemplo, localizado no bairro Jardim Itália, com o traçado da avenida,
passou a ter 40
centímetros apenas,
e, contrariando o projeto elaborado, foi executada uma ciclofaixa, e não uma
ciclovia, que efetivamente protegeria o ciclista”, afirmou.
As construtoras acionadas pelo Ministério
Público, responsáveis pelos quatro lotes de obras, foram a Constil Construção e
Terraplanagem Ltda, Encomind Engenharia Comércio e Indústria Ltda, Agrimat
Engenharia e Empreendimento Ltda e a Atrativa Engenharia Ltda.
Fonte: Ministério Público do Mato Grosso
Nenhum comentário:
Postar um comentário