O governo francês decretou, nesta quarta-feira, a antecipação da idade para a aposentadoria em dois anos, para aqueles que começaram a trabalhar aos 18 anos, medida do programa eleitoral do presidente François Hollande tomada a apenas quatro dias do primeiro turno das eleições legislativas.
O decreto aprovado pelo Conselho de Ministros revisa a reforma da previdência realizada pelo governo anterior, do conservador Nicolas Sarkozy, e permite a aposentadoria aos 60 anos a quem houver contribuído por pelo menos 41 anos ou 41 e meio, de acordo com a data de nascimento.
"É uma medida de justiça", afirmou a ministra francesa de Assuntos Sociais, Marisol Touraine, que justificou a urgência da adoção com o fato de ser um dos compromissos de Hollande na campanha presidencial.
O fato é que o governo promulgou, em sua última reunião antes que os franceses voltem às urnas, um decreto que não entrará em vigor até 1º de novembro. O Partido Socialista considera as eleições vitais, e espera ter maioria suficiente para que o legislativo possa aprovar as reformas preconizadas por Hollande.
A presidente do Movimento das Empresas da França (Medef), Laurence Parisot, queixou-se da falta de acordo entre os interlocutores sociais, e os sindicatos responderam que Sarkozy também não buscou o consenso quando em 2010 aumentou a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos.
Os conservadores consideram que esse tipo de "presente eleitoral" levará a uma "alta de impostos em massa" para financiá-los, disse o líder da formação conservadora UMP, Jean-François Copé.
O governo considera que a medida não desviará o déficit do Estado e que seu financiamento será feito com uma ligeira alta das cotações para a previdência, de 0,1% para os assalariados e de outro tanto para as empresas.
O Executivo calcula um aumento de dois euros ao mês para uma pensão de 1.600 euros no próximo ano e cinco euros em 2017, e considera que a medida custará 1,2 bilhão de euros e afetará um em cada cinco trabalhadores, entre 110 mil e 120 mil a partir do próximo ano.
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