segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pesquisa revela boas práticas sustentáveis dos pantaneiros


O homem pantaneiro sabe aliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. Essa foi uma das conclusões do projeto Expedição Pantanal, apresentado nesta quarta-feira (25/4) na Assembleia Legislativa. A pesquisa de campo promovida pelo Instituto SOS Pantanal percorreu durante cinco meses a planície pantaneira e identificou e mapeou iniciativas sustentáveis adotadas na região.

De acordo com Lucila Egydio, coordenadora executiva da expedição, a ideia da pesquisa surgiu após um primeiro estudo na Bacia do Alto Paraguai, que mapeou a cobertura vegetal da região. “Nesse levantamento, observamos que 86% da vegetação nativa da planície pantaneira estava preservada. A partir desse dado, decidimos fazer uma nova leitura do local para conhecer as iniciativas sustentáveis que levam à conservação do bioma”, explicou.

Em busca de boas práticas pantaneiras, a equipe da expedição percorreu a maior área inundável do mundo visitando propriedades rurais, comunidades, organizações do terceiro setor, Poder Público e instituições de pesquisa. O levantamento durou cinco meses, com início no dia 10 de julho e encerramento em 9 de dezembro de 2011.

A abordagem da pesquisa avaliou como setores da economia (pecuária, turismo, agricultura, recursos pesqueiros e produção associada como artesanato desenvolvido na região) atendem os princípios e aspectos de sustentabilidade. O estudo foi baseado em 16 eixos temáticos, como: alimento, produção, inovações, conservação da cobertura vegetal, cuidados com a fauna e aspectos da saúde e educação.

“Em cada um dos indicadores, nosso objetivo era levantar informações que nos ajudassem a identificar as boas práticas desenvolvidas pelos setores que contribuíssem com a preservação do meio ambiente”, ressaltou Lucila.

Valorização - Diante de dezenas de práticas sustentáveis, a expedição, segundo a coordenadora, chegou na conclusão de que a população pantaneira é preocupada com a questão ambiental e valoriza a sua região. “O pantaneiro sabe produzir, conservar e lidar com a atividade econômica, busca novos mercados para investir, mas reconhece que a conservação ambiental é um diferencial e agrega valor ao seu negócio”, detalhou.

Outro indicador que apontou iniciativas positivas é a questão da gestão dos recursos naturais. “Identificamos que o homem pantaneiro sabe aproveitar ao máximo os recursos e estruturas que ele tem”. A valorização da economia local também é um dos pontos fortes identificados na pesquisa. “Há uma significativa movimentação da economia na região. A população local costuma comprar de comerciantes da própria comunidade porque eles sabem que assim favorecem a fixação do homem na terra”, revelou.

As boas práticas pantaneiras têm sido apresentadas à sociedade e ao Poder Público por meio de workshops e seminários. Conforme Lucila, os resultados e indicadores da pesquisa serão divulgados na mídia e publicados em materiais didáticos. As informações serão disseminadas ainda na exposição Pantanal é aqui, que acontece entre os dias 16 de agosto e 2 de setembro no Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande. Promovido pelo Instituto SOS Pantanal, o evento será interativo e vai expor as características e funcionamento do Pantanal, além das boas iniciativas sustentáveis identificadas pela pesquisa.

A apresentação dos resultados da expedição na Assembleia contou com a presença de representantes de entidades da área ambiental e dos deputados Felipe Orro (PDT), Junior Mochi (PMDB), Laerte Tetila (PT) e Zé Teixeira (DEM). “É um estudo primoroso que reconhece e valoriza o Pantanal e traz uma base fundamental para empresários, produtores e sociedade das demais regiões do Estado como exemplo a ser desenvolvido”, assegurou Mochi.

Fonte: Assembléia Legislativa do Estado do Mato Grosso do Sul

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