O
homem pantaneiro sabe aliar desenvolvimento econômico com preservação
ambiental. Essa foi uma das conclusões do projeto Expedição Pantanal,
apresentado nesta quarta-feira (25/4) na Assembleia Legislativa. A
pesquisa de campo promovida pelo Instituto SOS Pantanal percorreu
durante cinco meses a planície pantaneira e identificou e mapeou
iniciativas sustentáveis adotadas na região.
De
acordo com Lucila Egydio, coordenadora executiva da expedição, a ideia
da pesquisa surgiu após um primeiro estudo na Bacia do Alto Paraguai,
que mapeou a cobertura vegetal da região. “Nesse levantamento,
observamos que 86% da vegetação nativa da planície pantaneira estava
preservada. A partir desse dado, decidimos fazer uma nova leitura do
local para conhecer as iniciativas sustentáveis que levam à conservação
do bioma”, explicou.
Em
busca de boas práticas pantaneiras, a equipe da expedição percorreu a
maior área inundável do mundo visitando propriedades rurais,
comunidades, organizações do terceiro setor, Poder Público e
instituições de pesquisa. O levantamento durou cinco meses, com início
no dia 10 de julho e encerramento em 9 de dezembro de 2011.
A
abordagem da pesquisa avaliou como setores da economia (pecuária,
turismo, agricultura, recursos pesqueiros e produção associada como
artesanato desenvolvido na região) atendem os princípios e aspectos de
sustentabilidade. O estudo foi baseado em 16 eixos temáticos, como:
alimento, produção, inovações, conservação da cobertura vegetal,
cuidados com a fauna e aspectos da saúde e educação.
“Em
cada um dos indicadores, nosso objetivo era levantar informações que
nos ajudassem a identificar as boas práticas desenvolvidas pelos setores
que contribuíssem com a preservação do meio ambiente”, ressaltou
Lucila.
Valorização
- Diante de dezenas de práticas sustentáveis, a expedição, segundo a
coordenadora, chegou na conclusão de que a população pantaneira é
preocupada com a questão ambiental e valoriza a sua região. “O
pantaneiro sabe produzir, conservar e lidar com a atividade econômica,
busca novos mercados para investir, mas reconhece que a conservação
ambiental é um diferencial e agrega valor ao seu negócio”, detalhou.
Outro
indicador que apontou iniciativas positivas é a questão da gestão dos
recursos naturais. “Identificamos que o homem pantaneiro sabe aproveitar
ao máximo os recursos e estruturas que ele tem”. A valorização da
economia local também é um dos pontos fortes identificados na pesquisa.
“Há uma significativa movimentação da economia na região. A população
local costuma comprar de comerciantes da própria comunidade porque eles
sabem que assim favorecem a fixação do homem na terra”, revelou.
As
boas práticas pantaneiras têm sido apresentadas à sociedade e ao Poder
Público por meio de workshops e seminários. Conforme Lucila, os
resultados e indicadores da pesquisa serão divulgados na mídia e
publicados em materiais didáticos. As informações serão disseminadas
ainda na exposição Pantanal é aqui, que acontece entre os dias 16 de
agosto e 2 de setembro no Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande. Promovido
pelo Instituto SOS Pantanal, o evento será interativo e vai expor as
características e funcionamento do Pantanal, além das boas iniciativas
sustentáveis identificadas pela pesquisa.
A
apresentação dos resultados da expedição na Assembleia contou com a
presença de representantes de entidades da área ambiental e dos
deputados Felipe Orro (PDT), Junior Mochi (PMDB), Laerte Tetila (PT) e
Zé Teixeira (DEM). “É um estudo primoroso que reconhece e valoriza o
Pantanal e traz uma base fundamental para empresários, produtores e
sociedade das demais regiões do Estado como exemplo a ser desenvolvido”,
assegurou Mochi.
Fonte: Assembléia Legislativa do Estado do Mato Grosso do Sul
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