A Vara Regional de Execuções Penais da comarca de São José (SC) vai descentralizar o acompanhamento das penas cumpridas no sistema prisional catarinense. Inaugurada ontem, segunda-feira (30/1), a VEP de São José vai absorver cerca de 5 mil processos que antes eram acompanhados pela VEP de Florianópolis. A descentralização das varas de execução penal no estado é uma das recomendações feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após encerrar o mutirão carcerário no estado, em 2011.
Representando o CNJ
na cerimônia de inauguração estavam o conselheiro Jefferson Kravchychyn e o
juiz coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema
Carcerário (DMF/CNJ) Luciano Losekann. Segundo Losekann, o Tribunal de Justiça
do Estado de Santa Catarina (TJSC) “está de parabéns por mais uma vez dar
mostras de sua eficiência e conseguir, com disposição, vontade política e
criatividade, solucionar um problema tão recentemente apontado”. O presidente do
tribunal, desembargador José Trindade dos Santos, representou o TJSC na
solenidade.
A nova unidade
passará a ser responsável pelo acompanhamento dos processos dos sentenciados
que cumprem pena na maior penitenciária do estado, em São Pedro de Alcântara, e na Colônia Penal
Agrícola da Palhoça, região metropolitana de Florianópolis. “A nova vara
descentralizará o número de processos de execução penal que tramitam na VEP de
Florianópolis”, explicou o desembargador Trindade dos Santos.
Além da instalação da
nova vara, a VEP da comarca da capital concluiu recentemente saneamento dos
processos sob sua responsabilidade, reduzindo a carga processual de 22 mil para
9 mil processos. Agora a VEP da capital responderá pelos presos recolhidos ao
complexo prisional da Trindade - penitenciária e presídio.
Antes da inauguração,
o coordenador do DMF também visitou nesta segunda a VEP da capital após o
saneamento da vara, acompanhado da juíza que coordenou o Mutirão Carcerário do
CNJ no estado entre junho e julho de 2011, Soraya Brasileiro.
Segundo Losekann,
investir na área da execução penal significa garantir maior segurança pública.
O preso atendido em seus direitos em tempo razoável com certeza não promoverá
motins nem causará tumulto nos estabelecimentos penais, afirmou. Durante o
mutirão do ano passado, foram registrados casos de presos que já haviam
cumprido suas penas, mas ainda eram mantidos atrás das grades.
Mutirão - Dos 11.792
processos de execução penal analisados, 1.491 presos ganharam liberdade - ou 12,6%
dos processos. Ao todo, 2,6 mil presos tiveram reconhecidos seus direitos a
benefícios, como o de progressão de regime (do fechado para o semiaberto, por
exemplo). “Isso demonstra como a inexistência de uma defensoria pública no
estado prejudica o atendimento jurídico às pessoas presas e à população carente
em geral”, afirmou Losekann.
Fonte: Conselho
Nacional de Justiça
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