quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Confira dados mundiais sobre resistência microbiana

 Considerada um grave problema de saúde pública, a resistência microbiana aos antimicrobianos causa um número expressivo de óbitos e prejuízos à economia.

Já é de amplo conhecimento das autoridades sanitárias que a resistência microbiana aos antimicrobianos é um grave problema de saúde pública, que cada vez mais chama a atenção pelo grande potencial de danos à saúde dpopulação. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de uma das 10 principais ameaças à saúde global enfrentadas pela humanidade atualmente.  

Para chamar a atenção para o assunto, todos os anos ocorre a Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos, entre os dias 18 e 24 de novembro, quando autoridades mundiais realizam uma ampla mobilização sobre o tema. No Brasil, a iniciativa tem o apoio da Anvisa.     

A resistência microbiana é caracterizada pela capacidade de microrganismos como bactérias, fungos e parasitas resistirem à ação de medicamentos antimicrobianos  antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários. Os impactos da resistência microbiana incluem aumento do risco de morte, invalidez, necessidade de cuidados mais intensivos, de internações mais longas e de antibióticos alternativos e mais caros. 

Dados internacionais revelam que níveis alarmantes de resistência microbiana foram relatados em países de todos os níveis de renda. Em alguns países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 35% das infecções humanas comuns já são resistentes aos medicamentos atualmente disponíveis.  

Em alguns países de baixa e média renda, as taxas de resistência chegam até 90%. Mais de 1/3 dos países que forneceram dados à OMS em 2017 relataram resistência generalizada a patógenos comuns. resultado é o tratamento ineficaz de doenças como infecções urinárias, respiratórias e sexualmente transmissíveis (ISTs), além de pneumonias e tuberculose, além de várias outras. 

Superbactérias 

É especialmente alarmante a rápida disseminação global de bactérias multirresistentes (resistentes a diferentes classes de antimicrobianos testados em exames microbiológicos) e pan-resistentes (com resistência comprovada in vitro  ou seja, fora do organismo vivo, em laboratório  a todos os antimicrobianos testados em exames microbiológicos), também conhecidas como superbactérias, que causam infecções que não são tratáveis com os medicamentos antimicrobianos existentes. Neste cenário, a disponibilidade de novos antimicrobianos para tratar infecções em humanos é urgente.   

Em 2019, a OMS identificou 32 antibióticos em desenvolvimento clínico que atendiam à lista de patógenos prioritários, publicada em 2017, em uma tentativa de orientar e promover a pesquisa e o desenvolvimento de novos antibióticos. Desses 32, apenas seis foram classificados como inovadores. No entanto, se as pessoas não mudarem agora a forma como os antibióticos são usados, os novos medicamentos terão o mesmo destino que os atuais e se tornarão ineficazes   

Vidas perdidas  

De acordo com a OMS e o Banco Mundial, a falta de acesso a antimicrobianos de qualidade continua sendo um grande problema, e a escassez de antibióticos está afetando países de todos os níveis de desenvolvimentoDados da OMS mostram que o acesso inadequado aos antibióticos mata cerca de seis milhões de pessoas anualmente, incluindo um milhão de crianças que morrem de infecção generalizada (sepse ou septisemia) e pneumonia evitáveis. 

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention  CDC) dos Estados Unidos, mais de 2,8 milhões de infecções resistentes a antibióticos ocorrem nos EUA a cada ano e mais de 35 mil pessoas morrem como resultado disso. Na União Europeia, a resistência microbiana aos antimicrobianos é responsável por cerca de 33 mil mortes por ano e estima-se que custe 1,5 bilhão de euros anuais em gastos com saúde e em perda de produtividade.  

Medicamentos falsificados  

A falsificação também pode ser uma forte aliada do aumento da resistência microbiana, assim como os produtos de baixa qualidade, pois não cumprem as funções esperadas de um medicamento. Segundo aOMSentre 72 mil e 169 mil criaas morrem anualmente de pneumoniadevidoaantibióticos falsificados. 

Saiba mais   

  • Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde  este link dá acesso às publicações sobre: Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS  2021-2025); Diretriz Nacional para o Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos; boletins com dados de infecção e resistência microbiana; Caderno 10 de Segurança do Paciente: Prevenção da disseminação de microrganismos multirresistentes em serviços de saúde; Cadernos de Microbiologia. 

 

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Saúde e Vigilância Sanitária


Fonte:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/confira-dados-mundiais-sobre-resistencia-microbiana

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