O texto-base do novo código foi aprovado no ano
passado. Restam pontos polêmicos, como o pagamento de honorários para advogados
públicos, o regime de prisão para quem não paga pensão alimentícia e o que
inviabiliza o confisco de contas bancárias e investimentos para pagamento de
dívidas.
A Câmara dos
Deputados deve concluir, em fevereiro, a votação do novo Código de Processo
Civil (CPC - PL 6025/05, apensado ao 8046/10). Essa é a expectativa do relator
da matéria, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), e do presidente da comissão
especial que analisou o tema, deputado Fábio Trad (PMDB-MS).
Os deputados já
aprovaram o texto principal em novembro, restando a análise de cerca de 40
destaques, que questionam pontos diversos da proposta.
O novo CPC aposta na
mediação e na conciliação como instrumentos capazes de solucionar conflitos e
reduzir o tempo de tramitação de causas cíveis na Justiça, que incluem direito
de família e do consumidor, pedidos de indenização, reconhecimento de dívidas,
entre outros.
A proposta
simplifica o processo e elimina formalidades. Cria também o chamado incidente
de resolução de demandas repetitivas, para evitar a multiplicação de ações com
o mesmo pedido, dando a elas a mesma decisão.
Aplicação da
jurisprudência
O que se propôs com
esse novo Código de Processo Civil foi: na medida em que o primeiro caso chegar
ao tribunal, suspendem-se os outros casos, decide-se como aplicar o direito e
aplica-se o direito a todos os casos pendentes”, explica Paulo Teixeira.
“Hoje, um cidadão
entra com uma causa no Judiciário, outro com a mesma, e as decisões são
diferentes. Estamos exigindo que o Judiciário aplique a jurisprudência e
justifique a sua sentença. Assim, evitaremos tratamento desigual para causas
iguais, acrescenta o parlamentar.
Pontos polêmicos
Apesar de terem
votado o texto-base do novo CPC, com mais de 1.000 artigos, os deputados ainda
não chegaram a um consenso sobre alguns pontos polêmicos, pendentes de análise
na forma de destaques. Três causam mais divergência.
Um deles trata do
pagamento de honorários para advogados públicos, previsto no projeto. PP e PMDB
querem retirar o dispositivo do texto, com o apoio do governo federal.
Outro destaque é
defendido pela bancada feminina, que quer manter o regime fechado como regra
para quem não paga pensão alimentícia. O projeto prevê a prisão do devedor
inicialmente em regime semiaberto, no qual o condenado fica preso à noite e
pode sair para trabalhar durante o dia. O regime fechado seria apenas para os
reincidentes.
O terceiro destaque
mais polêmico foi apresentado pelo PTB, que quer inviabilizar o confisco de
contas bancárias e investimentos, conhecido como penhora on-line. A ideia é
impedir que o juiz possa congelar, em caráter liminar, as contas para pagamento
de dívidas.
Antes do carnaval
Para Fábio Trad, as
divergências que ainda restam em relação ao texto não devem inviabilizar a
votação em fevereiro. A
perspectiva é que possamos já em fevereiro votar os últimos destaques
apresentados pelos deputados na forma de emendas, para que então possamos antes
mesmo do período de carnaval dar ao País um novo Código de Processo Civil,
afinal o atual é de 1973.
O projeto do novo
CPC veio do Senado. Como está sendo modificado pelos deputados, deverá retornar
à análise dos senadores após a votação pela Câmara.
Fonte: Câmara dos
Deputados Federais
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