Atualizada às 10h51
Apesar da possibilidade de distribuição de 150 senhas para o público, a sessão especial de julgamento do prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), começou com apenas 12 pessoas, além de 25 dos 33 vereadores e imprensa, no Plenário da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (20). A previsão é que a sessão dure três dias entre a leitura do relatório final, falas de vereadores, defesa oral do prefeito e votação. Assim que começou a leitura seis vereadores permaneceram no plenário; Rafa Zimbaldi (PP), Cid Ferreira (PMDB), Artur Orsi(PSDB), Gilberto Carlos Cardoso, o Vermelho (PSDB), Zé do Gelo (PP) e Zé Carlos (PMDB).
O presidente da Casa do Legislativo campineiro, Pedro Serafim Junior (PDT), abriu a sessão especial às 9h19. Antes disso, Serafim Jr. informou que o vereador Sebastião dos Santos (PMDB) estará ausente porque passou por uma cirurgia recentemente. Quem assume o lugar dele é Cid Ferreira de Sousa . Luis Yabiku (PDT), que foi exonerado do cargo de secretário municipal de Urbanismo oficialmente nesta terça-feira após publicação no Diário Oficial, volta à Câmara Municipal. O vereador José Cortez da Silva, conhecido como Zé Cunhado (PDT) substituiu Yabiku no período em que ele ocupou a pasta de Urbanismo. Luis Lauro Filho (PSDB) substitui Valdir Terrazan (PSDB) durante a sessão especial de julgamento. A substituição é necessária porque Terrazan é autor do pedido de abertura da Comissão Processante (CP) e não pode participar.
Após o intervalo de 15 minutos, a leitura do relatório começou às 9h53, com o vereador Professor Alberto (DEM).
Inclusão de 5 mil páginas negada
O líder de Governo na Câmara Municipal de Campinas, Josias Lech (PT), protocolou requerimento para a inclusão de 5 mil páginas no relatório final da CP, que pede a casssação do mandato do prefeito Demétrio Vilagra. Os documentos são volumes do processo do Ministério Público (MP) do Caso Sanasa que motivou a abertura das investigações contra o prefeito. No entanto, o presidente da Câmara negou o pedido de inclusão das páginas. Contrariado, Josias Lech pediu que fosse registrada a posição contrária dele à decisão de Serafim Jr.. O lider do Governo alega que os vereadores precisavam ter conhecimento dos detalhes da investigação do MP, mas o presidente do Legislativo rebateu dizendo que os documentos estava a disposição dos parlamentares desde o começo dos trabalhos da CP.
Protesto
Esquema de segurança
A Câmara Municipal de Campinas
vai distribuir 150 senhas para a sessão de julgamento. As credenciais serão entregues por ordem de chegada a partir das 9h nos dias da sessão no Plenário. Quem não conseguir retirar a permissão de entrada poderá acompanhar a leitura do relatório por um telão que será instalado na Avenida Roberto Mange, no bairro Ponte Preta.
A Câmara organizou um esquema de segurança para evitar conflitos, como em votações anteriores. Cerca de 50 Guardas Municipais farão a segurança no plenário, enquanto a parte externa será de responsabilidade da Polícia Militar e Civil. Uma viatura do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ficará disponível no local. O trânsito de veículos na Avenida Roberto Mange será monitorado por agentes da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas).
Será proibida a entrada de pessoas com faixas, cartazes, apitos e qualquer material de conteúdo agressivo sejam contra ou a favor da cassação do mandato do prefeito. Também não será permitida a entrada de pessoas com alimentos, copos ou garrafas de água ou qualquer outro tipo de bebida. Bolsas e mochilas serão revistadas e haverá detector de metais nas entradas para a verificação das pessoas que forem acompanhar a sessão do plenário. Na semana passada, ovos foram atirados contra os vereadores que aprovaram 126% de aumento nos salários a partir de 2013.
Como será a sessão especial de julgamento
A sessão especial de julgamento deve durar três dias. A primeira etapa será a leitura do relatório final, composto por oito volumes e 1,4 mil páginas. Depois disso, o presidente da Câmara, Pedro Serafim Junior (PDT), concederá aos vereadores a palavra por até 15 minutos. Em seguida, o advogado do prefeito, Hélio Silveira, ou até mesmo o próprio Vilagra, terá duas horas para fazer sua defesa oral. A última etapa será a votação dos vereadores a favor ou contra o impeachment.
Relatório
O relatório final da Comissão Processante (CP) divulgado na quinta-feira (15) investiga Demétrio Vilagra apenas sobre denúncias do Ministério Público (MP) de envolvimento dele em fraudes de contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) e pede cassação do prefeito por quebra de decoro. A convocação dos 33 parlamentares do Legislativo campineiro para a sessão extraordinária desta terça foi publicada na segunda-feira (19) no Diário Oficial do Município. A sessão será aberta à população que poderá acompanhar no plenário.
Investigação
Demétrio Vilagra é acusado pelo Ministério Público por formação de quadrilha e corrupção em nove contratos públicos. Em maio, chegou a ser preso ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, ao retornar de férias da Espanha. Na segunda vez, ficou foragido até conseguir um habeas corpus.
Vilagra no poder
O petista assumiu a Prefeitura de Campinas no dia 23 de agosto, três dias após os vereadores cassarem Hélio de Oliveira Santos. No dia seguinte, porém, uma Comissão Processante o afastou do poder. Um mandado de segurança, contudo, o recolocou no poder no dia 25. No dia 20 de outubro, os vereadores conseguiram um novo afastamento de Vilagra.
Presidente da Câmara, Pedro Serafim assumiu a Prefeitura até o dia 3 de novembro, quando Vilagra voltou ao Executivo após nova decisão da Justiça.
Comissão Processante
A CP é formada pelos vereadores Rafa Zimbaldi (PP), Zé do Gelo (PV) e Sebá Torres (PSB). O prazo para a conclusão dos trabalhos da CP é de até 17 janeiro de 2012.